quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fumar não é crime

Fumantes agora são praticamente criminalizados. Não é o ato de fumar que nos causa revolta, porque as pessoas tem direitos de fazer escolhas desde que essas não sejam crime. Crime quer dizer que algo está fora da lei, porém, um produto que não é proibido e recebe todas as advertências possíveis referentes a seu consumo não entra nesta lista.

Fumar faz mal e a maioria dos fumantes sabe disso. A maioria deles sabe que morrerá de câncer, poderá contrair uma série de outras doenças e afins, porque nós lemos com muita paciência aquelas dezenas de avisos presentes nas embalagens de cigarro.

Também sabemos que o governo tem prejuízo na saúde com doenças resultantes do hábito de fumar, mas eu sinto no bolso esse peso, afinal, os impostos em cima dos cigarros são altíssimos. Para cada real de prejuízo que as doenças do cigarra causam aos cofres públicos, só da Souza Cruz o governo pegou mais ou menos R$ 16.

Não, não estou fazendo propaganda para que todas as criancinhas e pessoas por aí se tornem fumantes, estou apenas exigindo o meu direito de liberdade e de fazer o que eu quero – desde que não seja contra a lei.

Só que eu lhe pergunto: se for contra a lei fumar, qual é o argumento utilizado de fato para proibir o fumo? A doença? Viver em centros urbanos abarrotados de gente causa doenças também. Comer fast-food causa doenças. Respirar o ar poluído causa doenças. Ser bombardeado por poluição sonora “normal” (carros, motos, ônibus e afins) causa doenças.

Sabe o que é o pior de tudo? Toda doença que é causada por tudo isso aí acima não é tratada se você deixa de pagar um plano de saúde privado! Ah, tá, é tratada sim, mas você enfrenta fila, morre de infecção, de atraso em atendimento e de um monte de outras coisas. Você é obrigado a freqüentar hospitais lotados e tudo o mais. Pra ter saúde de qualidade você precisa tirar da carteira algo entre R$ 180,00 e R$ 900,00 (dependendo de sua faixa etárea ou doença pré-adquirida).

Fazendo uma referência ao conteúdo de uma matéria da revista Época: o Estado está nos tratando como crianças, tirando o direito de decidirmos o que achamos bom ou ruim. O Estado nos paternalizou, tomando “conta” das nossas vidas para que não cometamos “erros”. Estão nos transformando em máquinas saudáveis de trabalho, para que vivamos mais, prorroguemos a nossa vida útil e possamos viver mais tempo para pagar mais impostos para sustentar a Máquina.

Minha gente, de boas intenções toda ditadura, em seu começo, está cheia.